A Necessidade da Imagem


Claramente, na sociedade atual, tecnológica e apegada ao 'ser visto' a aparência é uma das coisas mais influenciadoras da moral e do caráter, o ser entendido e as relações de poder se mostram aparentes e latentes, é como se a imagem se demonstrasse não de forma descritiva, como se apresentava no passado mas moldadora, assumindo assim um papel diferente do que o esperado da definição da palavra.

O termo imagem vem do latim 'imago', que significa 'máscara mortuária', em sociedades antigas a imagem como termo era utilizada para guardar a figura representativa de algo que não se encontrava mais viva, portanto era uma forma descritiva de assegurar a lembrança, o motivo pode ser observado de um ponto de vista psicológico de que o humano necessita da lembrança como forma de manter o seguinte, ou seja, como representação de uma identidade para a formação de outra sem a qual não existiria, portanto apresenta-se como forma de interdependência entre dois termos: O que é, e o que pode se tornar. Sendo a imagem então a representação visual de algo, portanto assumindo caráter descritivo e assumindo o papel de campo amostral.


Para Platão a imagem seria uma projeção demonstrativa do imaginário, seria o olhar para o algo que está de uma forma metafísica, a representação do ideal. A termos, podemos entender a imagem platônica como sendo a visualização de ideias pré compostas, idealizadas e definidas em um plano não material.


"A imagem seria uma projeção da mente, uma projeção da ideia, à luz de sua teoria do idealismo."


Platão ainda completa com o trecho do livro A República:


"... primeiramente as sombras depois os reflexos que se veem nas águas ou na superfície dos corpos opacos, polidos e brilhantes, e a todas as representações semelhantes” 


Para Aristóteles a imagem é a representação mental do objeto real sendo conquistada a partir dos sentidos, ou seja, a construção da imagem em contrapartida a Platão começava de uma construção baseada nos sentidos, logo atendendo ao caráter mental para então tomar sentido no mundo real.


Para Platão a imagem seduz as partes mais fracas de nossa alma, para Aristóteles, ela é eficaz, justamente pelo prazer que essa sedução proporciona. A única imagem válida para Platão, é a imagem 'natural' (reflexo ou sombra) que é a única passível de se transformar em ferramenta ou objeto filosófico.


Ainda podemos relacionar a imagem ao estudo da semiótica, semiótica provém da raiz grega ‘semeion’, que denota signo. Assim, desta mesma fonte, temos ‘semeiotiké’, ‘a arte dos sinais’. Esta esfera do conhecimento existe há um longo tempo, e revela as formas como o indivíduo dá significado a tudo que o cerca. Ela é, portanto, a ciência que estuda os signos e todas as linguagens e acontecimentos culturais como se fossem fenômenos produtores de significado, neste sentido define a semiose. Da semiótica conclui-se a imagem como sendo produto de uma cultura e derivada de conhecimentos explicativos dessa mesma cultura, portanto assumindo também a postura de ferramenta descritiva.


Por que então na sociedade atual a imagem perde o sentido de descrição e se torna moldadora?


Me ocorrem várias razões possíveis, começando pelo fato da tecnologia avançada permitir a descrição a todo o tempo assumindo o papel que anteriormente pertencia a imagem, deixando a imagem apenas como ferramenta moldadora, ora, nos dias atuais é mais fácil o ser humano mostrar ser algo do que necessariamente ele ser esse próprio algo, a representação do ser está muito mais ligado ao externo, ao outro, do que ligada a necessidade de transcendência pessoal. Logo, penso que esse contexto deve ser observado como uma crítica social, a imagem que é passada tem como objetivo de afetar o outro e não de ser usada para fins pessoais, não seria isso uma problemática da sociedade atual?


Outro contexto que devemos analisar é a ação da imagem moldadora. Dentro de nossa sociedade, não escolhemos mais ser algo (imagem), me parece que é escolhido pra nós, ora, não se escolhe mais uma profissão por gostar-se dela, se escolhe uma profissão pela imagem que ela pode proporcionar, pelo que ela pode mostrar e pelo impacto que pode causar na ascensão de classes, o que me faz pensar que a imagem como esperada para de assumir o caráter da descrição de quem se é e passa a assumir o caráter moldador.


A imagem molda a política, o mundo do comércio e da mídia, as relações inter e intra pessoais desenvolvidas, as escolhas traçadas, os filtros sociais, as convicções do que se acha de bom e de certo, assim como o que se acha de mau e errado. O que pode-se inferir que ela contradiz o senso de livre arbítrio, pois quando se escolhe, não se escolhe pelo querer mas pelo que pode se mostrar.


O senso das aparências e da imagem mostrada sim é moldadora e não descritiva, é necessário observar que talvez as escolhas estejam sendo super influenciadas por esse caráter, de mídias sociais até relações pessoas vejo uma fuga constante do que se quer para o que se mostra, não seria isso o início da decadência e de uma grande depressão na nossa civilização?


~Dave Bastos



Para Platão, a imagem seduz as partes mais fracas de nossa alma, para Aristóteles, ela
é eficaz, justamente pelo prazer que essa sedução proporciona. A única imagem válida,
para Platão, é a imagem “natural” (reflexo ou sombra) que é a única passível de s e
transformar em ferramenta filosófica.


Para Platão, a imagem seduz as partes mais fracas de nossa alma, para Aristóteles, ela
é eficaz, justamente pelo prazer que essa sedução proporciona. A única imagem válida,
para Platão, é a imagem “natural” (reflexo ou sombra) que é a única passível de s e
transformar em ferramenta filosófica.
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Comentários

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