Resumo, Cap 1, Educação e Sociologia (DURKHEIM)


A Educação, a natureza e o seu papel

1.As Definições de Educação: Exame Crítico

Durkheim começa a enlaçar seu texto apresentando o conceito definido de educação, ela, tem o papel de desígnio do conjunto de influências que a natureza ou o homens pode exercer sobre a inteligência ou a vontade. 

"Tudo aquilo que nós próprios fazemos e tudo aquilo que os outros fazem por nós com o objetivo de nos aproximar da perfeição da nossa natureza. Na sua acepção mais lata, abrange mesmo os efeitos indiretos produzidos sobre o caráter e sobre as faculdades do homem por coisas cujo objetivo é muito diferente: pelas leis, pelas formas de governo, pelas artes industriais e até mesmo pelos fatos físicos, independentes da vontade do homem, como o clima, o sol e a posição local."
[Stuart Mill, adendo sobre educação]

Porém Durkheim com essa definição de Mill critica que ela pode ter caráter díspare e que quando analisada pode trazer confusões, ele acrescenta que a educação percorre o caminho como sendo a influência que os adultos podem causar nos jovens e não como a que Mills afirma que a educação é, aquela que também pode ser a influência de um contemporâneo sobre outro (adultos sobre adultos).

"O objetivo da educação é desenvolver em cada indivíduo toda a perfeição que ele é capaz."
[Kant, sobre a educação]

Nesse trecho Durkheim questiona o que é perfeição, ele a define como sendo um desenvolvimento harmônico de todas as áreas nas quais o humano pode alcançar. Ele ainda questiona  retoricamente se esse ideal de perfeição e harmonização de aprendizado não é o ideal supremo acima de qualquer outro a ser procurado e almejado. Contudo mais uma crítica de Durkheim se ergue, ele afirma que esse ideal de perfeição no quesito de educação é contraditório ao que entendemos hoje, temos funções e tarefas específicas calcadas em nossa aptidão. Ele acrescenta que não pode-se e não deve-se dedicar a todas as áreas que existem, deve-se focar em algo que seja apto.

"E devemos colocar-nos em harmonia com aquela que nos incube. Não somos todos feitos para refletir, é necessário homens de sensibilidade e de ação. Por outro lado é necessário que haja quem tem a tarefa de pensar."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Durkheim diz que para que haja desenvolvimento no pensar deve-se desligar a ação ou o movimento, quando a pessoa que é incumbida disso se entrega totalmente ela pode alcançar o verdadeiro conhecimento.

"Fazer do indivíduo um instrumento de felicidade para si mesmo e para seus semelhantes."
[James Mill, sobre o objetivo da educação]

Durkheim acha essa definição utilitarista e pouco satisfatória. Ele ainda complementa que a felicidade como sendo algo subjetivo não deve ser aplicada a um espaço amostral amplo como o da educação.

"Um espírito culto prefere não viver à renunciar aos prazeres da inteligência."
[Durkheim, Educação e Sociologia]

Pra Durkheim o erro de todas essas teorias é que todas partem do pressuposto que existe uma educação ideal, perfeita e válida a todas as pessoas, quando na verdade a construção dessa utopia é apenas uma tentativa de todo teórico de universalizar esse conceito, e quando a história é observada não há nenhum evento tal como este que tenha acontecido, ele afirma que a educação sempre assumiu um caráter mutável e adaptável segundo seu tempo e sua região, ele exemplifica e contrapõe a educação grega da romana e da latina.

"Se a educação variou, é porque os homens se enganaram acerca do que ela deveria ser?"
[Durkheim, Educação e Sociologia, Retórica]

Ele afirma que tal enganação não é verdade, ele diz que a educação em cada era e ambiente foi fundamentada para sustentar o mesmo, como se auto afirmasse sua existência, exemplificando assim; a sociedade romana não poderia ser como ela é se não apresentasse a educação que foi feita. É falacioso pensar que um sistema educacional perfeito pode ser criado e que possa ser implementado em qualquer sociedade e que transcenda o quesito da temporalidade.

Durkheim acrescenta que ao analisarmos a educação do passado, devemos focar em seus erros e acertos para que eles não devam ser repetidos na atualidade.

"Os ensinamentos da história podem quando muito servir para nos evitar reincidir nos erros já cometidos."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Durkheim afirma que é inútil achar que podemos criar nossos filhos como queremos pois existem costumes, regras e situações com o qual so se aplica  a questão do conformismo pois quando se foge a regra ela se volta e vinga-se dos filhos pois estes quando se tornam adultos e passam a conviver em sociedade não estão preparados a seus contemporâneos que vivem em uma "harmonia" habitual, esses filhos criados como vanguardas não estão em seu tempo certo e por isso não estão em vivência plena da vida em comparado aos que foram induzidos a normalidade, ora, se Durkheim entendia que uma diferença muito grande na educação de um jovem o desalojaria do senso normal imposto a todos os outros de sua era cabe a entender que o processo educacional permeia talvez a norma padronizadora. 

"É inútil pensar que podemos criar nossos filhos como queremos. Há costumes com os quais temos de nos conformar; se infringirmos, eles vigam-se de nossos filhos. Estes uma vez adultos, não estarão em condições de viver no meio dos seus contemporâneos, com os quais não se encontram em harmonia. Quer tenham sido criados com ideias muito arcaicas ou muito prematuras, não importa; num caso como noutro não são do seu tempo e, por conseguinte, não estão em condições de vida normal."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Finalizando a constatação de Durkheim, ele afirma que para ter um viés da educação no campo sociológico precisa-se ter um embasamento histórico para que não se acometa os mesmos erros que foram cometidos no passado assim como também possa-se construir uma concepção preliminar de educação.


2.Definição da Educação

Durkheim afirma que para definir educação precisa-se desmiuçar e analisar as construções da mesma que existiram num passado e tentar achar padrões que se aproximam e convergem ao mesmo ponto. Ele acrescenta que para que essa se estabeleça precisa-se que haja uma geração de adultos e de jovens, e que a influência parta dos primeiros em direção aos segundos (adultos jovens), da mesma forma que não pode-se achar que há apenas um tipo de educação na sociedade, essa apresenta um caráter multipluralizado e baseado em castas e divisões sociais.

"A educação varia de uma casta para a outra; a dos patrícios não era a dos plebeus; a do brâmane não era a do xudra..."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Durkheim analisa a educação como sendo uma variável definida não só em castas e estratificações sociais, mas também em habitat e ambientação.

"A da cidade não é a do campo, a do burguês não é a do operário..."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Durkheim defende que a educação não deve depender do acaso, que não deve depender de onde se nasce e de como se nasce, mas ele insiste que mesmo que não dependesse desse viés, existiria uma vasta diferenciação pedagógica no sentido do trabalho, ora, a mesma educação não servirá a um médico e a um arquiteto quiçá à um trabalhador da indústria.

"Cada profissão, com efeito, constitui um efeito sui generis que reclama aptidões particulares e conhecimentos especiais, onde reinam certas ideias, certos usos, certas maneiras de ver as coisas... É por isso que vemos que, em todos países civilizados, tende cada vez mais a diversificar-se e especializar-se; e essa especialização se torna cada vez mais precoce."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Durkheim afirma que para se encontrar uma homogeneização da educação deve-se analisar civilizações pré-históricas onde não haviam diferenciações muito latentes e mesmo assim só representariam a unicidade de um único período histórico, ou seja, sua lógica e sua ordinariedade apenas seriam aplicadas a esse mesmo momento.

Durkheim analisa que a educação num viés mitológico e religioso é unicamente diferente de todas as educações, pois, ela sempre será de mesma base a todos, não importando castas ou classes, ora, um jovem rico será influenciado a ter a mesma religião que um jovem pobre e só assim ambos poderiam fazer seus cultos e adorações de maneira uniforme. 

"Da mesma forma, na idade média, servos, aldeões, burgueses e nobres recebiam igualmente uma mesma educação cristã."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Durkheim também argumenta a capacidade que cada sociedade tem de adaptabilidade de ideais, pois, cada uma delas exprimem uma ideologia de como o homem adulto será, desde o intelectual até o homem de ação, ou homem trabalhador, todos passam por uma formação de ideologia baseadas numa expectativa ética do que eles devem se tornar, quase como uma valoração de papéis, dados individualmente.

"... Cada sociedade tem um ideal de homem, do que ele deve ser tanto no ponto de vista intelectual, como do físico ou do moral; que este ideal é, em certa medida, o mesmo para todos os cidadãos, que a partir de um certo ponto se diferencia consoante os meios particulares que cada sociedade compreende no seu seio."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Ainda no quesito de homogeneidade Durkheim disserta que para que se exista uma sociedade todos os membros devem ser ao máximo semelhantes ( como ele mesmo diz de uma homogeneidade suficiente) ainda completando que a educação reafirma essa homogeneidade e a perpetua, ora, não se sabe que a educação reforça conceitos éticos e morais agindo como se fosse uma espécie de hereditariedade de formas de agir?

"A sociedade só pode subsistir se existir entre seus membros uma homogeneidade suficiente; a educação perpetua e reforça essa homogeneidade fixando com antecedência na alma da criança as similitudes essenciais que a vida coletiva exige."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

 Contudo ele ainda diz que mesmo que seja necessária a homogeneidade ainda se faz necessário a manutenção de uma diversidade, afinal, como visto nos trechos acima existem funções calcadas a cada aptidão e a cada grupo de pessoas.

"Mas por outro lado, sem uma certa diversidade, qualquer cooperação será impossível: a educação assegura a persistência desta diversidade necessária ao diversificar-se e especializar-se ela própria."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Por finalizar, Durkheim afirma que a educação vai como doutrinadora atendente das necessidade da sociedade analisada no período que ela é analisada. Se o país esta evoluindo e em uma "paz" se formará jovens eruditos e que pensam numa questão mais social, privilegiando sempre as ciências de base e tecnologias, se a sociedade se encontra em guerra, formar-se-á jovens mais aptos a obedecerem e seguirem ordens, focados em desenvolvimento físico e pouco críticos com relação as questões sociais, portanto a educação no contexto geral prepara os jovens para a subsistência na própria sociedade analisada, sempre nesse papel doutrinador e visando a adaptabilidade.

"A educação não é pois para ela mais que o meio pelo qual prepara o coração das crianças as condições essenciais para sua própria existência... Chegamos pois a fórmula seguinte: A educação é a ação exercida pelas gerações adultas sobre aquelas que ainda não estão maduras para a vida social. Tem por objetivo suscitar e desenvolver na criança um certo número de estados físicos, intelectuais e morais que lhe exigem a sociedade política no seu conjunto e o meio ao qual se destina particularmente." [Durkheim, Educação e Sociologia, Sobre a definição de Educação]



3.Consequência da Definição Precedente: caráter social da educação

Durkheim inicia essa parte por definir a diferença dos seres que compõe o indivíduo humano, o ser individual como sendo o conjunto de todos os estados mentais que se ligam ao humano e os acontecimentos da vida do mesmo, e o ser social é aquele composto de crenças religiosas, práticas morais, tradições nacionais ou profissionais, hábitos e opiniões coletivas. Durkheim termina seu raciocínio falando que a finalidade da educação é a construção do ser social, de habilitar esse futuro adulto a realidade social em qual ele se enquadrará. 

Uma relação interessante pode ser vista se formando com uma base teórica psicológica convergindo a uma base teórica sociológica, na questão Durkheiniana ele complementa a educação como responsável por moldar o ser a-social e egoísta (jovens) a serem capazes de viver uma vida moral e social (fase adulta), e com maestria pode-se linkar esse pensamento a teoria psicanalítica freudiana que as primeiras fases da vida infantil são regidas pelo id (que é completamente egoísta e instintivo) e que quando se tornam adultas passam a ser regidas pelo ego (que é formado pelas construções sociais, ética e moral, que foram frutos da ação da educação) corroborando apenas o pensamento Durkheiniano.

"É preciso que, pelas vias mais rápidas, ao ser egoísta e a-social que acaba de nascer, ela acrescente outra, capaz de levar uma vida moral e social. Ela não se limita a desenvolver o organismo individual no sentido marcado pela sua natureza, a tornar aparente as potencialidades escondidas que só pedem pra serem reveladas. Ela cria no homem um novo ser."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Durkheim faz um adendo que quando analisado a educação dos animais, as espécies adultas ensinam os filhotes suas necessidades porém nada diferente que o instinto não desenvolveria sozinho, ele discursa que é completamente diferente da educação humana que cria um novo ser no homem, o que nos faz pensar que a educação pode ser uma supressora dos instintos, ainda mais quando analisamos esse conceito num viés socrático da busca e louvar da racionalidade.

"Essa virtude criadora, é, aliás, um privilégio especial da educação humana. É completamente diferente daquela que recebem os animais, se podemos aplicar este nome ao treino progressivo a que são submetidos por parte dos seus pais."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Durkheim salienta que nem sempre a necessidade da intelectualização e da erudição foram louvadas, pelo contrário, eram vistas com olhar suspeito e de desdém, engana-se quem acha que o ser humano tem como instinto básico a busca pelo conhecimento e pelas ciências, o que é estudado e comprovado é que essa vontade pelo conhecimento e transcendência é obra da educação, ora, o ser instintivo não busca nada mais que sobrevivência e prazer (comida, bebida, sono, libido), a intelectualidade parte da um incentivo educacional. 

"A ciência, o espírito crítico, que hoje colocamos tão alto, foram olhados durante muito tempo com suspeição...Devemos acautelar-nos e não acreditar que esta indiferença pelo saber tenha sido artificialmente imposta aos homens violando sua natureza. Eles não possuem por si próprios o apetite instintivo de ciência que frequente e arbitrariamente lhes atribuem."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Mais um complemento que Durkheim fornece no quesito ciência é que essa necessidade do pensamento científico surgiu quando a convivência social já não fazia boa automanutenção , ou seja, quando as relações precisaram evoluir para um habitat mais crítico e que suprimisse os instintos que gradativamente eram responsáveis pela decadência da sociedade.

"O homem, com efeito, só é um homem porquê vive em sociedade... É a sociedade, com efeito que nos extrai de nós mesmos, que nos obriga a contar com outros interesses além dos nossos, é ela que nos ensinou a dominar as nossas paixões, os nossos instintos, a conceder-lhe autoridade, a privarmo-nos a sacrificarmo-nos, a subordinar nossos objetivos pessoais e objetivos mais elevados."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Durkheim portanto termina seu argumento explanando os ideias humanos de ciência e a implicação dela na sociedade, seus viés positivos e negativos.


4.O Papel do estado em matéria de educação

Nesse tópico Durkheim fala sobre o estado como fonte organizadora e provedora de educação, seu papel e sua responsabilidade para com a formação de jovens e de idealizador da ética moldadora.

Durkheim argumenta que a educação deve partir primeiramente do ambiente doméstico, e quando esse ambiente "falhar" em produzir o necessário para o jovem se estabelecer ele deve de intervir com a escola.

"Uma vez que a educação é uma função essencialmente social, o Estado não pode desinteressar-se dela."  [Durkheim, Educação e Sociologia]

Em contrapartida ele alerta que o Estado não deve monopolizar o ensino, mas, proporcionar múltiplas escolhas e ambientes para agregar cada jovem a sua área de aptidão, não menos importante ele disserta que o estado deve supervisionar o educador e cabe ao estado decidir a capacidade do mesmo em ministrar esse estímulo pedagógico, ora, uma escola que deseja proporcionar uma educação que não siga os padrões e ideais definidos pelo contexto histórico não deve ter o direito de exercer o papel educador, sendo ai o papel do estado de colaborar na organização do ambiente pedagógico.

Durkheim nesse contexto alerta que a escola deve ser não só laica como apartidária, um ambiente onde tudo se ensina mas nada se defende, o mesmo cabe ao professor que "arrasta" os alunos ao seus ideais, porém, existem conjuntos de construções e de conceitos que são aceitos e já pré-definidos ao ensino: ética, moral, ciências e tradições, esses sim, são papel do estado prover dentro do ambiente escolar para que o objetivo da educação seja pleno.

"O papel do estado é esclarecer esses princípios essenciais, fazê-los ensinar em suas escolas, velar para que em nenhum lugar as crianças o ignorem, e para que em todo lado se fale deles com respeito que lhes é devido."  [Durkheim, Educação e Sociologia]



5.Poder da educação - os meios de ação

Nesse tópico Durkheim trabalha nos meios pelos quais se atinge a educação, o que é necessário e quando certa e planejada seu poder e seus frutos no desenvolvimento dos jovens.

"Nem a boa educação faz o bom caráter, nem a má o destrói."
[Fontenelle, Sobre a educação]

"Todos os homens nascem iguais e com iguais aptidões; só a educação faz as diferenças." 
[Helvétius, Sobre a educação]

Durkheim utiliza dos dois teóricos para expor seu ponto de vista, Em Fontenelle ele discorda e em Helvétius ele concorda, pois, acredita-se que a educação é toda em si poderosa e modificadora, ele cita Locke para corroborar seu ponto de vista no poder da educação.

Durkheim segue sua linha de pensamento abordando a questão do instinto e da influência do mesmo no processo pedagógico e na forma com que os jovens são aptos a receber certo conteúdo, ele afirma que o conhecimento não pode ser analisado como sendo hereditário e que não existe tal coisa como tendências ao aprendizado.

"O filho de um grande filólogo não herda um único vocábulo; o filho de um grande viajante pode, na escola, ser ultrapassado em geografia pelo filho de um mineiro."
[Bain, Sobre a não hereditariedade do conhecimento]

Agora, Durkheim compara a relação do educador/aluno ao processo hipnótico, afirmando que no contexto educacional o professor se porta como ativo de sugestões e sua fala deve acompanhar o processo imperativo ordenado, ao mesmo tempo que o jovem deve estabelecer uma relação de passividade para possibilitar o aprendizado.

"A criança está naturalmente num estado de passividade, completamente comparável aquele que o hipnotizado se encontra artificialmente colocado... a sua vontade é ainda rudimentar. É também facilmente sugestionável."
[Durkheim, comparação do processo hipnótico com as relações de poder professor--aluno]

Durkheim adverte a todos, falando do poder da educação e de como os educadores devem ser brandos no processo educativo, pois nada se passa despercebido a criança, tudo imprime a ela uma marca e são dessas micro ações que são moldadas o seu caráter e seu espírito.

"Seguramente, a educação não pode chegar a grandes resultados quando procede por safanões bruscos e intermitentes."   [Durkheim, Educação e Sociologia]

Durkheim finaliza seu capítulo discursando que o papel do professor define o futuro do educando, diz ele: o professor deve ter sua fala imperativa, deve ser o carregador da moral e dos costumes de seu tempo, deve ser a figura de respeito, e cada uma dessas coisas só pode ser alcançada através da consciência que o professor deve ter de saber seu papel, saber o lugar e as consequências da autoridade, emanar segurança no que faz e no que acredita pois não se deve esquecer que a criança acima de tudo é passiva e mimetista. 

"Porque ser livre não é fazer o que nos apetece; é sermos responsáveis por nós próprios, é sabermos agir pela razão, e cumprirmos nosso dever. Ora, é justamente para dotar a criança deste domínio de si própria que a autoridade do professor deve ser exercida. A autoridade do professor é apenas um aspecto da autoridade do dever e da razão. A criança pois deve exercitar-se a reconhecê-la na palavra do educador e a submeter-se a seu ascendente; é através desta condição que saberá, mais tarde, encontrá-la na sua consciência e aí se lhe conformar."
[Durkheim, Educação e Sociologia]


~Dave Bastos


 







 











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