Resumo, Cap 1 , Sobre o Behaviorismo (SKINNER)


As Causas do Comportamento

"Porque pessoas se comportam de certa maneira?"

"Como poderia alguém antecipar, e a partir daí preparar-se para aquilo que uma pessoa faria?"

"Como poderia alguém ser induzido a comportar-se de uma certa forma?"

Essas são perguntas que seguiram uma matriz de pensamento lógico que claramente evoluíram conforme as teorias behavioristas evoluíram. É perceptível a evolução das tendências dos questionamentos indo desde a pergunta primordial dos 'Porquês' do comportamento humano até diretrizes de como antecipá-lo e finalmente em como induzi-lo.

"Post Hoc, ergo propter hoc." (Depois disto, logo causado por isto)

Temos sempre a tendência a dizer, de modo demasiadamente precipitado que se uma coisa segue a outra, aquela foi provavelmente causada por esta. A explicação do princípio parte de nossos comportamentos serem justificados por suposições inconscientes do tipo: Quando perguntam a nós porque não jantamos, geralmente respondemos que o motivo é porque não sentimos fome. Porém observa-se que frequentemente sentimos fome quando comemos e por isso geralmente conclui-se que comemos porque sentimos fome. É como se tentássemos justificar atitudes comportamentais com induções hipotéticas que acontecem de forma inconsciente em nossa psique.

"Supomos que as outras pessoas se sentem como nós quando se portam como nós."

O que é interessante de se observar é como um fato mental causar ou ser causado por um fato físico. Aqui Skinner exemplifica: Quando queremos que uma criança coma um prato nutritivo porém não tão saboroso, privamo a criança de qualquer outra comida (Assegurando que ela não terá outra disponível), a criança por fim culminará em comer.

"Parece que ao privá-la de comida (um fato físico), fizemos com que ela sentisse fome (um fato mental); e porque ela se sentiu faminta ela comeu o alimento nutritivo (um fato físico)."

Skinner se pergunta como um ato físico de privação levou ao sentimento de fome e como foi que o sentimento movimentou os músculos envolvidos na ingestão. Skinner nos leva a atentar que esse processo de pensamento não é explicado por uma base fisiológica mas que certos cientistas se atém a ela acreditando que um dia será possível relacionar esses padrões de comportamento com a 'parte física da mente'."

"Freud Acreditava que se descobriria ser fisiológico esse aparato mental extremamente complicado e os primeiros psicólogos introspectivos chamavam sua disciplina de psicologia fisiológica."


O Estruturalismo


Skinner descreve como uma estratégia explicita de abandonar a procura de causas e simplesmente descrever o que as pessoas fazem. Ele exemplifica a maneira como antropólogos descrevem hábitos e costumes, como cientistas políticos descrevem e registram ações políticas, como os economistas acumulam estatísticas e descrevem padrões. Ele observa que outro tipo de previsão é possível com base no princípio de que as pessoas provavelmente farão outra vez aquilo que fazem com frequência.

"Elas obedecem a certos costumes porque é usual obedecer-lhes, demonstram certos hábitos de voto e compra, e assim por diate."

Skinner diz que o comportamento também pode ser estudado em função de sua época ou idade, nos seres humanos desde quando nascem até quando morrem e a partir daí desenvolver padrões que serão úteis na previsão de acontecimentos futuros.

"Em suma, o estruturalismo nos diz como as pessoas agem, mas esclarece muito pouco porque se comportam desta ou daquela forma."


O Behaviorismo Metodológico

"Considerar apenas aqueles fatos que podem ser objetivamente observados no comportamento de alguém em relação com sua história ambiental prévia."

Proposta por Max Meyer a "Psicologia do outro" consiste em analisar não só o comportamento humano como também o ambiente em que se encontra a cobaia. Skinner alerta que não há nada de errado em tentar prever ou controlar o comportamento por meio da observação e da manipulação de acontecimentos públicos antecedentes.

"Um programa de behaviorismo metodológico só se tornou plausível quando se começou a fazer progresso na observação científica do comportamento."

Skinner observa que ainda poder-se-ia considerar o behaviorismo metodológico como uma versão psicológica do positivismo ou de operacionismo lógico. Ele diz que esse sistema sustenta o ideal de que:

"Dois observadores não podem concordar acerca do que ocorre no mundo da mente, portanto do ponto de vista da ciência física, os acontecimentos mentais são 'inobserváveis'."

Skinner alega que o behaviorismo metodológico foi bem sucedido em relação aos seus próprios objetivos.

"Libertou-nos para o estudo do comportamento de espécies inferiores, onde a introspecção (até etão encarada como exclusivamente humana) não era exequível"

Por fim fica claro que Skinner aborda o behaviorismo metodológico como sendo de sucesso porém como sendo apenas uma teoria introdutória que foi responsável por "abrir os caminhos" para o estudo do comportamento.


O Behaviorismo Radical

O Behaviorismo radical não nega a possibiliade da auto-observação ou do auto-conhecimento ou sua possível utilidade, mas questiona a natureza daquilo que é sentido ou observado, e portanto conhecido.

"O behaviorismo radical restabelece um certo tipo de equilíbrio [...] Simplesmente questiona a natureza do objeto observado e a fidedignidade das observações."

Skinner observa que a manipulação do ambiente onde coexiste seres-humanos pode ser usado para alterar e controlar o comportamento pois o ambiente é uma das principais constantes padronizadas e ditadoras de conjuntos de comportamentos.

"Nosso conhecimento cada vez maior do controle exercido pelo meio ambiente torna possível examinar o jeito do mundo dentro da pele e a natureza do auto-conhecimento."

Skinner finaliza argumentando que há 2.500 anos as pessoas tem se preocupado com os sentimentos e a vida mental, mas só recentemente se revelou algum interesse por uma análise mais precisa do papel do meio. Por fim ele acrescenta que a ignorância desse papel levou em primeiro lugar, as ficções mentais  e foi perpetuada pelas práticas explicativas as quais ela deu origem.



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