UBERMENSCH (Além-do-Homem)


É aqui onde conceitos como: Amor Fati, Eterno Retorno e Vontade de Potência convergem. O Além-Homem ou Super-Homem traz a ideia algo que se supera, o super Homem deixa sua forma de Homem para trás apenas para transcender, se desfaz da casca que se tornou demasiadamente apertada. O Super-Homem é aquele que vence o Niilismo, supera a forma de homem velha e desgastada, supera todos os humanismo, toda a cultura que prende em si mesmo, em contraposto, o homem do ressentimento é aquele Homem preso á seu tempo, amargurado que não consegue ir além da pura e bruta conservação. O Super-Homem vem como a negação dos valores vigentes: ousadia no lugar de segurança, auto-disciplina ao invés de auto-piedade, esquecimento ao invés de ressentimento, transcendência ao invés de comodismo. 

"Se o homem consegue adquirir a convicção filosófica da necessidade absoluta de todas as ações e, ao mesmo tempo, da total irresponsabilidade destas, se consegue converter essa convicção em carne e em sangue , então desaparecerá também este resto de remorso de consciência".

O Ubermensch na nossa sociedade é o homem que destrói o comodismo e se permite observar o mundo como ele é, permite utilizar do Amor Fati para diluir os fatos que o humano decadente apenas ignora como forma de manutenção de seu mundinho pútrido e ignorante. Porém não podemos confundir o Ubermensch com um radical, ou como um rebelde, ele é apenas produto de seu próprio pensamento, produto de uma transcendência, não exige nada de outros além de si mesmo, tem auto-domínio, é manipulador e entende suas consequências.

O Além-do-Homem é aquele que luta e vence o tédio da vida, A pregação de Zaratustra foi entendida por George Steiner como uma desconformidade, entre tantas outras, com a vida tediosa da sociedade burguesa fin de siècle, onde o mundo aventureiro e belicoso do aristocracia cedia espaço ao utilitarismo frio, prático e calculista, do homem burguês ocidental. Uma época absolutamente banal na qual a sociedade científico-positivista via-se crescentemente dominada pelo espírito liberal-igualitário, que impedia o afloramento da individualidade singular, a emergência do grande homem, da personalidade fora de série, que o profeta vinha pressagiar. Um estado de espírito que encontrou sua melhor expressão no dito do poeta Théophile Gautier:

"Prefiro a barbárie ao tédio!"

Zaratustra aconselha que o homem mergulhe dentro de si para encontrar sua motivação certa, a vontade de potência para que ele possa declinar, deixar a forma velha e empoeirada e criar novos valores, ou seja, a transvaloração de todos os valores, a quebra da consciência moral de que existe bem ou mal, o Ubermensch é aquele que rompe  com essa consciência e se põe muito além do bem e do mal, é aquele que está acima do que o homem comum e conformado não consegue ver e aceitar. No Ubermensch o homem se torna o criador, só há espaço para a criação, ele se torna um artista, ele aprendeu de verdade o sentido do eterno retorno. E então todos os conceitos banais são deixados de lado: Deus, religião, moral, lei, castração, sexualidade, ciência, verdade, mentiras, humanismo, justiça, bem e mal.

"Mortos estão todos os deuses, agora queremos que viva o Super-Homem."

[Texto base: Assim Falou Zaratrusta, Alem do bem e do Mal, Humano demasiado Humano]

~Dave Bastos

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