Supervalorização da Humildade
Pensando a partir desse contexto pode-se afirmar uma critica nietzschiana a supervalorização da humildade, convenhamos, deve-se num saber geral olhar a humildade como se fosse um mal a sociedade, a inferiorização de si em troca da valorização de si pelo outro. Como isso faz sentido num contexto onde a sociedade seleciona os melhores e esmaga sem dó os inferiores? Não seria hipocrisia? Em outro ponto de vista pode-se analisar o ato de ser humilde como um complexo de inferioridade latente que se encaixa no contexto da psique de quem defende com afinco esse adjetivo - como deixa claro Freud em (O Mal estar na Civilização), para Freud o ato de se diminuir parte da necessidade de colocar o outro acima, ora, com que intuito isso se estabelece? Com nada mais que a premissa de recompensa, de poder estar acima também. Freud deixa claro essa falha quando analisa o homem como dependente de colocar algo acima de si mesmo, daí surgindo as teorias de epifanias divinas.Para entender de onde essa valorização acentuada surge precisa-se observar a frase "Ipse se nihil scire id unum sciat" que numa tradução geral "Só sei que nada sei", essa frase era disseminada na antiga cultura grega onde o importante era conhecer as próprias limitações, nesse contexto voltamos a Sócrates, pai da filosofia e odiado de Nietzsche. Mas o que há de tão nobre em reconhecer falhas? Não seria Sócrates caduco de seu tempo em decadência? Já não é suficiente a hipocrisia do negar os instintos e abraçar a razão defendida por Sócrates?Nietzsche vem como a panaceia de seu tempo e que tem surtido efeito ate hoje, na verdade, hoje mais do que nunca, onde a sociedade se embasa em hipocrisias constantes e em um jogo de ego que ironicamente ainda há espaço pra humildade.
[Fragmento retirado do livro Crepúsculo dos Ídolos. Texto base: O Mal Estar na Civilização, Filosofia socrática.]
~Dave Bastos
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