Amor Fati como Quebra ao Niilismo


“Amor fati: seja este, doravante, o meu amor! Não quero fazer guerra ao que é feio. Não quero acusar, não quero nem mesmo acusar os acusadores. Que a minha única negação seja desviar o olhar! E, tudo somado e em suma: quero ser, algum dia, apenas alguém que diz sim!” [A Gaia Ciência]
Pelo latim (Amor ao destino), o Amor Fati é um conceito de transcendência, de quebra as raízes da depressão pós moderna, de superação da visão deturpada do mundo decadente. Nietzsche diria que o amor fati é por definição "o amor pelo mundo como ele é". Pode-se dizer que esse conceito é o possível resultado do desafio imposto pelo demônio metafórico nietzschiano sobre o Eterno Retorno, ele representa a plena aceitação da imanência (Princípio e Fim), de um mundo onde deus está morto [O humano matou deus]. Quem sobreviveria ao niilismo seria apenas a pessoa que aceitasse o (Sim) metaforicamente, o sim a vida. O sim como palavra e como atitude justifica toda a existência, trazendo novos sentidos ao mundo e deixando pra trás qualquer transcendência.Amor fati implica em aceitar o que foi "nos dado" e "tirado", pois nada poderia ter acontecido de forma diferente e nada adiantaria as lamúrias. Amar o que nos acontece e o que nos acontecerá é o primeiro passo para tornarmos quem somos.
"O homem é Algo que deve ser superado"
- Assim falou Zaratrusta, O amor fati então é a completa incorporação do pensamento do eterno retorno. Numa sociedade tão preocupada com os erros que se repetem todos os dias, cada vez mais depreciada pelas formas de governo vigentes - que tem como única preocupação a democracia para o Rico e Erudito, se torna difícil deixar pra trás o que corrói a alma do humano, esse sentimento de abandono, essa vontade apenas de sobrevivência. Enquanto os iluminados pelo conhecimento fazem chacota do sofrimento humano, se distanciando tanto em suas redomas de saber, resta à massa apenas as migalhas. Mesmo com tudo isso, e navegando contra todos os contras faz-se necessário um olhar crítico da vida, não confundindo jamais implantar o Amor Fati como ideal com acomodar-se. Amar o o que nos é dado não implica em sentar e chorar, muito pelo contrário, é a forma mais violenta de rebeldia contra a depressão usada como forma de controle, é a quebra da hipocrisia do medo do destino, é a transcendência dos valores que a muito capengam e deturpam o conceito de humano, é olhar pra religião da forma como ela realmente é - depreciativa e injusta, é olhar pro caminho o observar que ele pode ser superado com os artifícios necessários, é mais do que tudo se tornar o UBERMENSCH (Além Homem).
[Texto base: Assim Falava Zaratustra, A Gaia Ciência, Humano, demasiado Humano]
~Dave Bastos

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